17 de julho de 2007

O REMEXER DAS CINZAS

As histórias contadas pelas avós ficam marcadas de maneira tão profunda nas crianças, que são guardadas na memória e que, um dia ou outro, em futuro não tão distante, voltam e são relembradas com muita saudade.
Em momentos sonhadores, as fadas reaparecem com toda sua bondade, trazendo alegria e felicidade. Nas noites de pesadelo, as bruxas retornam com toda maldade, provocando arrepios e medo, acompanhando as crianças pelos corredores escuros da Casa da Fazenda.
Nas reminiscências, essas lembranças estimulam reflexões. Os pensamentos buscam explicações para aquelas histórias, que tanto distraíam como provocavam emoções nas crianças, reações desencontradas, faces transformadas pelos horrores ouvidos. Nessas noites, sonhos podem se transformar em pesadelos.
Fatos do passado me trazem esses personagens como num sonho. Minha avó está sentada num banco de madeira, no meio de um círculo formado por netos e amigos, contando histórias, ao crepitar de galhos de pinheiro, que ardem na boca do fogão. Para mim, são histórias que ressurgem das cinzas. Mas é tudo tão estranho. Não reconheço quem as está vivendo. Mas como são bonitas as histórias contadas pela vovó...

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