13 de novembro de 2008

O JORNAL NO CAFÉ DA MANHÃ




É costume de todo cidadão, ou quase, logo pela manhã, apanhar o jornal à porta da sala, se reside em apartamento, ou portão do jardim, se em casa, para se inteirar das notícias do dia. Coloca o matutino à mesa do café e vai virando as páginas, enquanto faz o desjejum. O noticiário é variado, para agradar a todos. Uns vão direto para a página de esportes, para saber sobre o seu time do coração ou para "secar" aqueles que o perturbam em sua caminhada na busca de um feito memorável. Outros querem se inteirar do noticiário político, das atividades daqueles que têm a responsabilidade de governar. Divertem-se com entrevistas que dizem pouco, que nada trazem de útil ao eleitorado ou, então, com manifestações que ficam longe da verdade. Revoltam-se ou riem com tantas baboseiras. Já o empresariado prefere ir direto para os tratamentos que dizem respeito à economia, à sua atividade produtora ou oferecedora de serviços à comunidade. Quer saber como andam as moedas que ditam valores no mercado nacional e internacional. Outros vão para as páginas dos acontecimentos policiais, que, tristemente, nunca registram algo de bom. Claro que as reportagens repetitivas cansam e não agradam a ninguém.
A verdade é que o cidadão aguarda com ansiedade a chegada logo pela manhã do seu jornal. Se não puder tomar conhecimento geral do que acontece ainda em casa, dá uma olhada geral, dobra-o com carinho e agasalha-o debaixo do braço para uma leitura mais à vontade na disponibilidade do tempo em ônibus ou local do trabalho. É uma obrigação que não pode fugir à realidade cotidiana. Feliz é aquele que, já aposentado, senta-se à cadeira disposta em sala aconchegante e lê despreocupadamente as notícias de ponta a ponta do jornal. Nem as páginas sociais, os anúncios e as notas de falecimento ficam de lado. Absorve tudo com o maior prazer, para, depois, comentar e trocar opiniões com seus amigos em encontros nas ruas, bancos de jardins, filas de espera de chamadas dos caixas bancários ou mesmo em bares saboreando um quitute ou uma cerveja gelada.
Não sei qual o motivo, se é superstição ou simples prazer pela inversão de algo de seu interesse, mas um conhecido meu costuma iniciar a leitura da última página para a primeira. Ele vai deixando para trás notícias de pouco interesse, no seu entender, registradas aos baldes. Prefere crônicas do cotidiano, leves. Tem seu cronista preferido, aquele que fala a sua linguagem e o que pensa, que focaliza assunto que pode ser corriqueiro, mas que é a imagem da sua cidade, representada até por um acontecimento fortuito, mas traduzido de maneira simples, às vezes, romântica, outras literária. Se tem preferência por um ou outro cronista nunca revelou. Mas não deixa de reclamar do chato, aquele que prefere ficar enrolando um assunto sem definição, enchendo lingüiça. Nunca deixa de ler as tiras humorísticas que são de seu agrado. As palavras cruzadas lhe são um desafio e bom passatempo. Gosta de ler a coluna do leitor e aplaude quando o assunto guarda o seu ponto de vista. É cético quanto às pesquisas de opinião pública, em razão de ser pouco representativa em termos de número de cidadãos questionados como dos locais visados.
O jornal no café da manhã é um bom companheiro, oportunidade em que o cidadão se inteira dos acontecimentos que são registrados pelo mundo afora. E nada melhor que sair para o trabalho ou encetar uma viagem a negócios que estar a par das últimas notícias que rolam por aí. Para encerrar, por acaso alguém deixa de correr os olhos pelos horóscopos para saber como será seu dia nas observações feitas pelos especialistas do assunto?

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