24 de janeiro de 2007

MALAS DE VIAGEM

Viajar é bom. Passear, melhor ainda. Fazer turismo, nem se fala. Agora, há algo de chato nisso tudo, nem sempre bem observado pelas pessoas. Ou entendem como natural, porque realmente é o que acontece. Trata-se de fazer e desfazer as malas. Na saída e na chegada. Já observaram a mão-de-obra que dá catar as peças de roupas, apanhar os produtos de higiene e beleza e tudo o mais que um passeio exige?
Alguns maridos têm a sorte de ter uma esposa zelosa, que, com muita paciência, toma conta de tudo o que é preciso para um passeio alegre, para que nada falte no momento certo. O que o marido faz é apenas tirar as malas da parte de cima do guarda-roupa e botá-las sobre a cama para as providências necessárias. É, porque isso tudo acontece no quarto do casal.
Então, começa a arrumação. As roupas masculinas são colocadas no fundo das malas, porque são pesadas, principalmente calças e bermudas e, logo em seguida, as camisas. Já as femininas ganham espaço na parte de cima, porque são mais delicadas e podem ficar amassadas, se não houver os cuidados necessários. Nos vãos das malas são encaixados lenços, meias, cuecas e as peças íntimas femininas. Tem também os sapatos, masculinos e femininos, sociais e esportivos, tênis e chinelos. Parece pouca coisa, mas isso consome horas. Pior, já aparece uma dor nas costas, o corpo fica cansado e ainda é preciso preparar um lanche, porque não é impossível encontrar congestionamento nas estradas. O automóvel pode estar pesado, mas em ordem, e nada vai atrapalhar o passeio. É o que se espera.
Tudo pronto, começa a viagem. Se curta, é direta. Se longa, uma parada em restaurante de beira de estrada para um cafezinho e outras providências, sendo necessárias. Todo mundo feliz da vida. O destino é alcançado. Repete-se tudo ao se desfazer as malas. Mas, a alegria supera o cansaço, pois é preciso fazer a programação. Passeios para conhecer a cidade, visita a tudo quanto é lugar turístico. O dia parece não ter fim, mas vale a pena.
Interessante o que acontece. A gente não percebe que os dias correm céleres, o tempo passa depressa. De repente, é hora de voltar. Com dor no coração, claro. Mas, que se há de fazer? E tome a arrumar as malas mais uma vez. É chegar e desfazer tudo de novo. Mais trabalho para a mulher.
Na volta para a casa estão reservados outros detalhes. Tomar conhecimento do que se passou na cidade na ausência. A recomendação foi devidamente observada. Um montão de jornais e revistas em um canto da sala. Na verdade, não dá para ler toda a matéria, mas só tomar conhecimento das notícias, fazer uma triagem. Ler, sim, crônicas, editoriais e artigos que trazem assuntos principais e sejam de interesse geral. Já perceberam que ninguém deixa de procurar aquele canto dos jornais que traz notícias de falecimentos? Até isso não escapa. Não, não é curiosidade. É que ali pode estar registrado o nome de um amigo ou conhecido de longa data.
Faz parte da vida.
E a correspondência que fica acumulada em cima da mesa? Bem, isso dá até um arrepio. É que em algumas delas podem estar carnês com datas vencidas e outras dívidas inesperadas. É bem verdade que a maioria é lixo, papelada sem valor, mala direta e propaganda de produtos que nada têm a ver com sua vida.
Vencidas essas tarefas e depois de um descanso reparador, é preciso checar a despensa, ver o que falta, fazer a lista de compras e sair rumo ao supermercado.
Tudo nos devidos lugares é hora de uma saída para os lugares normalmente freqüentados. Um encontro com os amigos para um bate-papo agradável.
Não é isso o que acontece? Passear é bom, distrai, faz bem ao espírito, mas dá um trabalhão danado.